Estará o Steampunk morto em Portugal?
"Li um livro..."
"Vi um filme que..."
"Ouvi uma música no YouTube..."
"Vi uma fotografia de uma convenção estrangeira..."
Estas são algumas das frases que todos dizemos antes de começar a investigar o que é o Steampunk. Este subgénero de Ficção Científica que ultrapassou barreiras e começou a ser um género por si só. Um estilo de retro futurismo que obriga qualquer steampunker a estudar e a investigar, até porque esse espírito curioso faz parte de cada um que o abraça. Livros, filmes, música, as mais variadas artes que se fundem e abraçam uma estética diferente.
Em Portugal este movimento veio por vias da literatura, depois da estética, depressa começou-se a associar ao cinema, música, ...
A Clockwork Portugal foi o primeiro grupo organizado que começou a dinamizar e a formar uma comunidade. Organizaram a primeira ESC (Euro Steam Con) portuguesa, mas ao fim da segunda edição a organização não conseguiu continuar... O grande foco era a educação, isto é, divulgar o género e mostrar às pessoas mais do que livros. Chegou a moda, uma forma de vestir e criar personagens, um pouco ao estilo do cosplay mas não como tal.
Outros eventos como o Fórum Fantástico foram de extrema importância na divulgação do género tendo acolhido palestras sobre o tema. Pequenas publicações como a Nanozine, ou autores independentes que faziam auto publicações contribuíram para a divulgação. Desde cedo que a comunidade portuguesa conseguiu ligar-se a autores estrangeiros que a apoiavam através de entrevistas, artigos ou opiniões e isso ajudou a que esta crescesse ainda mais.
Mas... quem lia continua a ler, quem via filmes continua a ver e as músicas continuam sempre nas playlists... só que as pessoas mudaram. A pequena comunidade seguiu o seu caminho, deixaram de organizar a ESC, de dar palestras ou fazer vlogs... a Corte do Norte apareceu então e tentou dinamizar o steampunk pegando no projecto deixado pela Clockwork Portugal, mas a vida nem sempre permite que as coisas avancem e hoje são um grupo que comparece em alguns eventos. Fazem também alguns updates na sua página de facebook, mas com os entraves desta plataforma as coisas nem sempre passam para a maioria do público.
Grupos aqui e ali e ocasionais palestras com grandes pontapés no Wells e Verne que desgraçados já têm os nomes gastos devido ao uso incorrecto.
O Steampunk parece ter as horas contadas em Portugal. Uma comunidade que não cresce e pouca divulgação tem, fora coisas pontuais e de cariz mais lúdico que educativo. Parece estar mais focada na parte estética que ainda confunde alguns conceitos. O que um steampunker percebe outra pessoa confunde por não saber bem as coisas.
E porque após os eventos é já quase hábito receber perguntas relacionadas com "cosplay" steampunk (tema a desenvolver em breve) começa então uma longa série de posts dedicados a este género que atravessa tantas áreas. Vou pegar novamente nas notas que costumava usar para a universidade e algumas palestras que dei e vou escrever... tudo desde A a Z.
E voltando ao início... estará o Steampunk morto em Portugal?