E já passaram 9 anos!
E passaram 9 anos desde aquele dia de Maio em que vesti o traje e fui para o ISCTE-IUL com a minha pasta cheia de fitas.
Capa ao ombro porque estava calor e a família à espera na Cidade Universitária para ver os finalistas a chegar em cortejo.
Estava sol e calor e não ouvi uma palavra do que o Bispo (ou era Cardeal?) de Lisboa disse. Foi um ritual de passagem, estava quase a terminar o curso (aliás se chumbasse era estranho que tinha notas para passar) e prestes a começar uma nova fase da minha vida… outro curso (um mestrado à noite) e procurar trabalho.
Não me revejo em todos os problemas que hoje chegam às televisões. Fui praxada e praxei, fui baptizada e enterrada e sempre usei o meu traje com muito orgulho. Sei quem me deu cada emblema que está cosido na capa e recordo com carinho cada fita assinada pelas pessoas que me marcaram ao longo da minha vida até àquele momento. Tenho fitas negras em memória daqueles que já passaram e outras assinadas pelos professores que mais me marcaram naqueles três longos e fatídicos anos.
De todos os colegas de curso apenas mantenho o contacto com uma colega, nunca percebemos muito bem como é que isso aconteceu mas encontramo-nos várias vezes para almoçar, lanchar ou só dar um passeio por Lisboa.
Este foi um dia especial e parece que foi ontem…
Estou a caminho de casa e não consigo deixar de pensar nas muitas viagens que fiz entre casa e a faculdade. O ISCTE foi durante três anos a minha segunda casa. Tive bons professores que me prepararam o melhor possível para o mundo depois do curso e que, na altura não achei piada mas hoje agradeço. Voltei a esta casa dois anos depois para fazer outro mestrado e hoje vivo entre a saudade e a falta de vontade de voltar a esses tempos. Os meus tempos de estudante universitária foram bons, tiveram momentos menos bons mas recordo-os com carinho. Ainda assim não os quero repetir. A vida anda para a frente...