Com tantos desperdícios de oxigénio, és tu que partes
Nascemos, a vida fode-nos e depois morremos.
Não tenho problemas em processar a morte ou o seu conceito. Não gosto de funerais ou cemitérios e apesar de brincar muito com o assunto fiz luto uma única vez na vida por um homem que me marcou.
Apesar de tudo e de saber que todos temos de morrer um dia continuo a não conseguir processar bem a morte de um jovem.
Conheço cabrões que apenas servem para poluir o oxigénio que respiro e não andam cá a fazer o quer que seja e depois vejo as luzes azuis a piscar, começo a ouvir vozes, ouvir janelas a abrir,... vejo os paramédicos a levar um corpo numa maca, ... e horas depois sabemos que o corpo desistiu, o coração parou e os olhos fecharam-se.
Porque tem uma criança de sofrer tanto com uma doença e apesar de toda a força, luta e apoio o corpo não aguenta?
Não é justo ter de dizer adeus a alguém que nunca saberá o que é viver a vida. Viver a adolescência, os amores e corações partidos, as saídas à noite com os amigos.
Nenhum pai deveria ter de dizer adeus a um filho, muito menos quando é uma criança.
15 anos não dá para nada.
15 anos nem dá para perceber quem somos.
Vou ter de te dizer adeus apenas 15 anos depois de teres nascido.
A vida foi injusta para ti. Espero que agora estejas em paz e que olhes pela tua maninha de quem tanto gostavas.