Sab | 16.06.12
Precipício
Perdida numa imensidão
de rostos conhecidos
que não sei de quem são
vagueio num mundo
de celebrações e festas
a que não quero ir
não quero celebrar
quero estar.
Gritos ininterruptos
entram me na cabeça
estridentes e sem amor
ando pelo meio deles
de mãos a abafar o som
e acelero o passo.
Corro e tropeço
em ervas daninhas
levanto-me e continuo
ando por caminhos
tortuosos e perigosos
a desafiar a gravidade.
Chego ao cume e paro
olho para a tentação
de acabar com a dor
e sentir-me cair
do precipício onde estou
É aqui que quero estar
sozinha sem som
com pouco ar nos pulmões
e sentir-me a adormecer
para acordar
ao sentir-me cair
para já não me levantar.