Ler, pensar, escrever, criticar
Ler, pensar, escrever.
Três coisas aparentemente simples mas que nem todos fazem nos seus blogs de crítica literária.
Quando se pega num livro, além de o ler, uma pessoa deve pensar sobre o que está a ler. Este é um exercício que a prática acaba por fazer com que, eventualmente, seja algo tão simples como... ler um livro.
A personagem principal está bem trabalhada? A acção é clara? A escrita é acessível, fluída? A edição do texto foi boa ou precisaria de uns retoques? A história faz lembrar outras que já li ou é algo de original? As restantes personagens como são? O ritmo é bom, lento, rápido demais? As descrições são demasiadas? etc.
São perguntas básicas cujas respostas vamos encontrando ao longo das páginas e que devem ser feitas aquando a preparação de uma crítica ou resenha.
Crítica, a palavra que tantos temem não é um bicho de sete cabeças. É uma resposta fundamentada: Isto é bom pois... Não é bom porque... Isto é uma perda de tempo, dinheiro e papel devido ao facto de...
Talvez por isso seja mais fácil dar uma opinião genérica já que dissecar um trabalho dá... trabalho. Ler um livro em dois dias, chegar ao fim e dizer que é giro é um luxo que nem todos temos, não por obrigação ou hábito, mas porque se torna quase impossível de o fazer.
Provavelmente é essa razão pela qual alguns bloggers são criticados, chamados de snobs ou outras coisas menos agradáveis. Vivemos uma época em que lançar um livro é um feito (mesmo que para isso se tenha assaltado um banco e não seja possível encontrá-lo em livrarias) e não se pode falar mal ou apontar os erros porque os pobres prodígios literários ficam tristes e ofendem-se. Mas como é que uma pessoa aprende se à sua volta só lhes dão palmadinhas nas costas e dizem que é digno de um nobel?
Quando se decide começar a opinar a escrita de outros temos também a obrigação de saber escrever sem a ajuda do corrector automático do word, saber usar os acentos e a construir frases.
E pronto esta é a minha opinião.
P.S.:
crítica (feminino de crítico) s. f.