Quem me conhece sabe que, por norma, corro na direcção oposta àquela onde estão as biografias. No entanto depois de ver uma Ted Talk de Yeonmi Park não resisti a comprar o livro.
Depois de estar na prateleira por umas semanas lá lhe peguei e tornou-se na minha companhia do autocarro no caminho entre casa e o trabalho.
Foi doloroso de ler. A certas alturas tive mesmo de parar de ler, fechar o livro e olhar pela janela a ver se não começava a chorar como se estivesse a cortar cebola.
Não me emociono facilmente, aliás a última vez que chorei com um livro foi com a morte do Dumbledore e do Snape.
A escrita está on point, é fácil ver à minha frente as cenas que Yeonmi descreve. Desde a dua infâcia à sua entrada forçada no mundo dos adultos. A fome, a miséria, doenças, a violência e violações... custa ler as palavras de uma mulher que deixou de ser criança muito antes do suposto.
Custa ainda mais saber que esta realidade não tem assim tantos anos e ainda acontece no mundo em que vivemos.
Este livro é uma lição de vida que mais ninguém nos poderia ensinar porque poucos são capazes de falar.
Porque escolhi viver é a história de Yeonmi Park que nos conta a sua vida desde a sua infância na Coreia do Norte, a queda da sua família e a sua decisão de fugir da Coreia do Norte com a mãe. Era um ambiente de medo e fome que se vivia, onde não podia ir à escola e os filmes da Disney eram ilegais. Um país onde a Primavera significava morte e o contrabando a única forma de sobreviver... onde o divertimento das crianças era apanhar insectos no campo para comer para não morrerem de fome e os mais pequenos crimes podiam significar a morte... um país onde fugir era a única forma de sobreviver.
De forma nua Yeonmi conta ao mundo a sua travessia até à China e como foi vendida, comprada, violada e viu tantas outras mulheres a sofrer o mesmo... onde também se tornou uma vendedora de seres humanos para poder ter comida na mesa, comprar a sua mãe e trazer o seu pai para a China... Era ainda uma menina quando teve de tomar uma decisão que a marcou para o resto da sua vida... deixar que a violassem em troca de voltar a ter a sua família consigo... em troca de sobreviver...
Toda a sua travessia até à Coreia do Sul e todo o processo para voltar a tentar ter uma vida que fosse semelhante a algo "normal".
É uma leitura dolorosa mas que ajuda a abrir um pouco os olhos porque o mundo pode ser muito mais assustador do que pensamos e são estes relatos que ajudam a mudar um pouco...
Eu sei eu sei manter a casa actualizada e tal e coiso mas a semana que passou foi uma aventura de proporções épicas que rivalizam com a Odisseia.
Sei que alguns acham que eu nao faço nada da vida até porque passo o dia online no facebook e ocasionalmente vou "passear" e farto-me de ir a concertos. Outros acham que faço alguma coisa da vida mas não percebem bem o quê... ora bem... trabalho em comunicação digital e nos últimos (quase) quatro anos da minha vida fiz isso mesmo a partir da minha sala.
Estipulei para mim mesma um horário (pelo menos o de início que o de fim era mais... "móvel") e todas as manhãs, de pijama, telemóvel e uma caneca na mão lá ia da cama para a secretária da sala, ligava o portátil e começava o meu dia assim...
VAMOS PARA UM ESCRITÓRIO!
O que é normal para muitas pessoas era para mim um conceito alien. Já trabalhei fora de casa. Sim aquela coisa de acordar todas as manhãs, meter o almoço numa caixinha e enfrentar o trânsito para chegar a Lisboa... been there, done that. Mas nunca foi trabalho de estar o dia sentada em frente ao pc... e honestamente, ao fim de quatro anos de fazer as coisas em casa, subitamente mudar a rotina foi... estranho.
Para começar creio que as minhas pernas acharam que o mundo estava a acabar. Isto de andar 15 minutos a pé todas as manhãs não é normal :p
Voltei a ler... "Mas tu lias imenso" dizem vocês. Ora claro que sim, mas quem,e acompanha sabe que nos últimos dois anos passei de 100 livros ao ano para 10 ou algo parecido. Lia nos transportes e antes de dormir mas depressa perdi esse hábito e que o aumento de coisas no cosplay não ajudou mas ainda assim a minha grande fonte de leitura (autocarro) morreu, mas ressuscitou agora e já terminei um livro (loucuraaaa). Chegar a casa e não ligar o computador é outra coisa estranha. A rotina passou a ser duche, lavar a caixinha do almoço, jantar, fazer almoço, lavar loiça e morrer. Ok no meio disto brinco com o Usagi.
Tornou-se esgotante até porque eu tenho um grave problema: andar de carro dá-me sono.
Enfim... Toda esta rotina está agora a tornar-se hábito para mim, mas o corpo ainda se está a habituar mas vai ao sítio com mais uns dias :)
Entretanto o dia tornou-se mais organizado e o trabalho fora de horas ficou um pouco mais reduzido (yay).
E pronto esta é a grande razão pela qual o estaminé não tem sido actualizado durante os últimos dias... Aliás neste momento estou a escrever no iPad que a preguiça de ligar o pc é demasiado grande xD
Já agora tenho uma pergunta para a malta entendida na coisa... Quantas vezes devo regar um cacto?
Toki wo Kakeru Shoujo conta-nos a história de Makoto Konno, uma jovem no último ano do liceu e que tem alguma dificuldade em perceber o que quer fazer no futuro.
A sua vida que se baseava entre sobreviver aos testes e passar tempo com os seus amigos leva uma súbita volta ao descobrir que conseguia viajar para trás no tempo.
Um pouco ao estilo do que já conhecemos do efeito borboleta, a nossa personagem acaba por descobrir que os seus "saltos" têm consequências e que algumas podem ser bastante graves.
Não é um filme de acção que vá deixar entusiasmado mas é uma história bonita que nos deixa confortáveis a acompanhar as peripécias causadas por esta jovem.
E se ter um dom for a coisa mais complicada da vida? E se ao ser uma das mulheres mais fortes do mundo trouxer uma série de complicações?
Bong-soon é a personagem principal desta série sul-coreana que nos conta as peripécias desta jovem destrambelhada cujo sonho é desenvolver jogos mas acaba como segurança privada de um jovem herdeiro, director de uma empresa multimilionária...
Hilariante e cheia de momentos awwe esta série aquece o coração dos mais românticos e enche as medidas de quem gosta de uma boa dose de humor.
De toda a série achei apenas o final um pouco "demais" mas tirando isso é perfeita para uma maratona de fim-de-semaba prolongado no sofá com uma mantinha... pelo menos quando o tempo arrefecer mais um bocadinho :p
Baseado na história de Carley Allison, Kiss & Cry é um filme que não deve ser deixado de lado.
Uma jovem de 18 anos, com o futuro pela frente e que muito prometia na patinagem artística de alta compatição subitamente vê o seu mundo colapsar ao descobrir que tinha um raro tipo de sarcoma... 1 em 3.5 milhões.
É um filme bonito, triste e que me fez chorar baba e ranho (malditos ninjas que cortam cebolas) mas que ao mesmo tempo ensina uma importante lição de vida.
O importante é lutar e se a vida nos derruba temos de nos levantar e continuar a lutar.
Não tenho por hábito ver este tipo de filmes até porque para ver coisas tristes basta olhar-me ao espelho de manhã e ver as minhas olheiras mas confesso que ocasionalmente sabe bem variar um pouco principalmente se for bom.
Esqueçam o Masterchef em qualquer formato ou país, encontrei o grande amor da minha vida. O concurso que me deixou enrolada no sofá com uma mantinha e uma caixa de bolachinhas.
Zumbo's Just Desserts!
Tinha eu o iPad com a Netflix ligada e tinha estado a "ver" o Cinderella enquanto fazia algumas arrumações na minha área de atelier... quando o filme acaba aparece como sugestão o Zumbo's Just Desserts e como não tinha nem energia nem vontade de pensar muito lá cliquei... 20 minutos depois estava a mandar mensagem a um amigo que é tão foodie como eu e a partir daí vi de enfiada toda a temporada...
Dizer que isto é um concurso de pasteleiros ou de sobremesas não chega... são obras de arte o que vemos ali... não as dos concorrentes mas sim as do Zumbo. OMG uma sobremesa dentro de uma sobremesa que está dentro de uma sobremesa e tudo com uma estética que dá pena de destruir para comer... O ponto alto de cada episódio é sem sombra de dúvida ver qual a sobremesa que os aspirantes têm de fazer.
Os participantes têm algumas histórias engraçadas mas depressa encontrei ali um pet hate no caramelo que trabalha como segurança...
Quanto a Adriano Zumbo claramente serve para dar a cara e publicitar o seu trabalho, depois temos Rachel Khoo como jurada e apresentadora. Por fim a outra cara que nos acompanha ao longo do programa é Gigi Falanga que consegue irritar um pouco. A sua função é supostamente a de manter a cozinha em ordem e ir avisando do tempo que falta, a verdade é que pouco organiza e a sua voz faz lembrar o Super Mario. Depois de ter esta imagem na cabeça não conseguia evitar de ver o canalizador gorducho a gritar "ONE HOUR LEFT!"
O cenário é absolutamente maravilhoso e mágico. Quase que nos faz lembrar a história da fábrica de chocolate.
Esta é a competição para quem quer sentir os níveis de açúcar no sangue a subir de forma completamente absurda só de ver os bolos que são feitos.
Outra das coisas que mais me fascina é o vídeo. A equipa de produção é brilhante com a utilização de várias técnicas de captação de imagem e consegue trazer um pouco do que vemos nos documentários de Chef's table a este concurso... bolas quem diria que ver farinha a cair pode ser tão bonito!?
Para já na Netflix temos apenas uma temporada mas aviso já... assim que fizerem uma segunda eu desapareço do planeta :p
Os desenhos que fizeram parte da criançada na década de 90 volta agora para a Netflix com novas aventuras e muitas mudanças!
A Professora Frizzle já não pode continuar a dar aulas à turma que nos acompanhou nos desenhos originais mas nao temam que temos uma professora substituta... Fiona, a sua irmã mais nova.
Talvez um pouco mais louca e despistada que a irmã mais velha, Fiona assume então as chaves da carrinha amarela e a turma continua as suas aulas de ciência de uma forma um pouco fora do vulgar ;)
Mal saiu esta nova temporada na Netflix tive de descarregar e vi quase de seguida. Afinal de contas é uma série divertida e sempre ensina umas coisas engraçadas :)