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Folha em Branco

Folha em Branco

Seg | 09.07.12

Música

Ajuda a tirar
a sensação interminável
que a música trouxe
aos nossos
que quentes
e movendo-se incessantemente
perdem-se vibrando
com o som do movimento.

Ajuda a temperatura a subir
e as peças que se perdem
ao subir as escadas
as paredes apoiam
para ninguém cair
nas fantasias reais
que prendem
para não fugir
ao som da música
a que dançamos
esta noite

Seg | 09.07.12

Durmo com vários e gosto

eu e o meu livro desta noite

Todas as noites levo um livro para a cama e antes de dormir gosto de ler um bom bocado. Por vezes não consigo dormir sem saber um pouco mais sobre aquelas personagens que me acolhem no seu mundo e me mostram a sua realidade e as suas vidas.
Tenho sempre um livro na mesa de cabeceira. Por piada costumava dizer "esta noite dormi com..." e depois dizia o primeiro nome do autor ou da autora. Só passado um tempo é que alguns perceberam que eram autores de livros que me levavam para a cama todas as noites.
Ontem estava eu já com sono quando fui para a cama mas não consegui, tinha de acabar o livro. Voltei a levantar-me para acender a luz, peguei no meu caderno de notas, num pacote de bolachinhas e um copo de água e lá me entreti a ler. Quando li a última palavra olhei para o telemóvel e vi que eram duas da manhã. Tinha a tv ligada para fazer barulho e mal apaguei a luz e me deitei adormeci (nem sei o que estava a dar na tv). Sentia-me aliviada por já saber o fim da história.
Gosto quando isto acontece e é bom encontrar livros que nos deixam assim, viciados na sua leitura e com vontade de ler outro. Ultimamente tenho lido pouco devido ao cansaço mas quero retomar os meus velhos hábitos de ler antes de dormir.

Eu sou assim. E vocês?

Seg | 09.07.12

A verdadeira invasão dos marcianos

Coitados dos marcianos, é só o que tenho a dizer.
Cresci a ver sci-fi, a ver et's a sair dos estômagos das pessoas que sem saber tinham aterrado num planeta repleto de coisas feias e más. Máquinas para viajar no tempo e visitar o passado e futuro, guerras no espaço e sabres de luz.
Na minha ignorância nunca pensei que ficção científica e Portugal pudessem estar ligados, mas graças à ruiva de serviço e à Clockwork Portugal tropecei num livrinho laranja cuja sinopse me piscou o olho e a leitura se tornou viciante.

Wells e Verne enfiados numa nave em direcção a Marte, ora aqui está uma coisa que não pensei ver, mas cá estão eles neste livro de João Barreiros e o meu primeiro livro de Ciberpunk.
São muitos os mistérios com que se deparam mal chegam a este planeta. Mas afinal os marcianos falavam inglês? Havia um ser humano que adoravam? Cartazes de campanha, bibliotecas e livros que nunca foram escritos chamaram a atenção dos nossos personagens que, receosos foram avançando por um lugar desconhecido.
Dois autores de renome levam-nos por uma história repleta de referências a outras obras de ficção conhecidas por esse mundo fora. Não creio que seja uma leitura difícil de se fazer, eu pelo menos não tive dificuldade alguma, mas acredito que para quem não esteja habituado a estes nomes se perca um bocado.
Costumam dizer que um livro sem uma cena de amor não é livro bom, mas hey... where's the love? Screw the love e que venham os Priiiiks.
É também, muito bom ler um livro que tem o tamanho certo. Apesar de ficar com vontade de ler mais tenho noção de que se o autor se armasse em autor bíblico e usasse a ideia de que um livro só é bom com 500 páginas ia sair asneira.
Uma leitura boa para este Verão e se não se converterem à ficção científica com este livro então all hope is lost e que sejam consumidos pelos polvos.

Autor: João Barreiros
Título: A verdadeira invasão dos marcianos
Editorial Presença
Goodreads, Wook, Bertrand

Sinopse: Estamos em 1902, cinco anos depois da Invasão Marciana, que quase destruiu por completo o nosso planeta. Para responder ao assalto, a Europa, Rússia e Estados Unidos esqueceram as divergências ideológicas, étnicas e económicas, e formaram o mais gigantesco complexo militar-industrial da história da humanidade. Missão: ocuparem Marte e mostrarem aos marcianos sobreviventes quanto custa atacar traiçoeiramente a espécie humana. Num dos assaltos, os jornalistas Jules Verne e H. G. Wells, pacifistas por natureza, sonhadores de uma utopia não sabem o que fazer. Ainda por cima naufragaram no hemisfério sul do planeta a milhares de quilómetros do local de poiso do exército terrestre. As perguntas parecem não ter resposta: Que criaturas são essas, os Priiiiik, espécie de avestruzes inteligentes que parecem ter sido escravizadas pelos polvos? Verne e Wells vão tentar em vão resolver o mistério. Infelizmente a resposta só virá cento e cinquenta anos mais tarde. Misto dos géneros ciberpunk e steampunk, este livro revela uma nova faceta de João Barreiros no seu humor mais negro.