Mais um livro sobre religião! Yay? Mais ou menos. O menino que me atirou o livro para as mãos acha que eu leio pouco sobre religião. Realmente são pouquinhos e então a parte católica é coisa que não me assiste. Mas pronto, ironias à parte, O Segredo da Última Ceia passa-se durante o tempo em que Leonardo Da Vinci está a pintar a famosa Última Ceia no convento de Santa Maria delle Grazie. No entanto são várias as falhas que desde logo são notadas. Não que o pintor se ralasse com o assunto, muito pelo contrário. Da Vinci ficava feliz por conseguir ter um segredo pintado e poucos seriam capazes de o ler.Sierra conta-nos, pela boca de um inquisidor toda uma trama de confusões e enigmas que levariam à descoberta da tal heresia que Da Vinci havia colocado no Cenáculo.Sendo este um tema que ainda hoje é debatido tanto por historiadores como pessoas com a mania da conspiração é óbvio que capta a atenção de muitos para fazerem uma história em seu redor. No entanto, ao contrário de muitos outros livros temos aqui um que é bem conseguido, sem entrar em clichés, sem muita aventura e histórias românticas desnecessárias. Não é um livro que se use para aprender história mas temos páginas fáceis de devorar em apenas algumas horas.
Sinopse:Corre o ano de 1497. Alexandre VI ocupa então o trono de Pedro e a Igreja de Roma é a zelosa guardiã da ortodoxia religiosa em todo o mundo católico. Por essa altura começam a chegar cartas assinadas por um certo Agoireiro, que ninguém sabe quem é, denunciando a heresia de uma pintura encomendada pelo duque de Milão para o convento de Santa Maria delle Grazie a um pintor de nome Da Vinci. O quadro está cheio de incongruências. O autor desta «Última Ceia» não só se retratara a si próprio no quadro, de costas para Jesus, como alguns outros personagens eram rostos bem conhecidos. Além disso, onde se vira jamais a divindade não ser assinalada com o respectivo halo de luz? E porque razão sobre a mesa não estão representados o cálice do vinho e o pão, assinalando a instauração da Eucaristia? Como saberemos depois, o próprio mestre Leonardo gaba-se irónico, de a cena ser toda ela uma mensagem em código, que só quem soubesse lê-lo poderia compreender. Por fim, o Agoireiro começa a profetizar mortes que vão acontecendo de acordo com os seus sinistros vaticícios, e indica a sua identidade por uns versos em latim, ou seja, uma cifra codificada. O padre Leyre, inquisidor dominicano grande conhecedor de métodos de cifrar mensagens é enviado para o cenário da tragédia. Em ritmo trepidante mas de leitura amena e agradável, embora exigente, este original triller histórico revelará quais poderiam ter sido as fontes inspiradoras de Leonardo Da Vinci, quando pintou uma das mais enigmáticas obras sacras da cristandade.