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Folha em Branco

Folha em Branco

Sab | 12.02.11

Fenómeno da Aparição

Hoje fiquei com uma leve ideia de como a Nossa Senhora de Fátima se deve ter sentido quando apareceu àquele molho de gente. Não se eu agora seja santa, mas já vão perceber.

A pedido de muitas famílias, bom só uma, ok a minha tia, hoje fui à missa à Igreja Matriz para tomar conta dos outros miúdos a quem ela dá catequese porque a outra catequista não pôde ir. Enfim, lá fui eu e quando lá cheguei eram poucas as pessoas ainda no local que viria a estar apinhado de pessoas com os seus filhotes, ou então não porque está frio e todos os lugares são melhores que aquele.

Enfim, eu deixei de ir à missa pela mesma altura que deixei de dar catequese já lá vão fazer dois anos, porque achei que dormir ao fim-de-semana devia ser uma experiência interessante e até gostei da coisa pelo que se tornou o meu hobbie (hei uns bebem, outros fumam, outros drogam-se. Eu durmo).

À medida que as caras conhecidas iam chegando desviavam o olhar mas depois voltavam e ficavam surpreendidas por me verem ali. Houve até quem perguntasse se eu estava perdida ou doente, ou se tinha morrido alguém. Também uma pessoa se virou umas quatro ou cinco vezes para trás para ver se era eu ou não...

Ainda assim foi bom eu ter ido porque adorei a leitura de hoje que era de uma carta de S. Paulo para alguém (ele também escrevia cartas a toda a gente) e dizia que se pecarmos com os olhos devemos arrancá-los e deitá-los fora, se for com a mão devemos cortá-la e deitá-la fora... (tenho de procurar esta carta porque afinal a Bíblia tem piada em algumas partes). Também adorei o sermão do padre (cujo nome desconheço, é um dos novos) onde ele disse às crianças, que ficaram em pânico depois da leitura, que não devemos levar isto à letra se não, passo a citar: "ficávamos todos cegos ou Camões".

Resumindo, fui à missa e o que foi que vi? As pessoas que ainda não ganharam juízo e que ainda conseguem aturar gente que não tem mais nada pra fazer na vida ou que não tem mesmo uma vida, vi as senhoras que vão para lá para pôr a conversa em dia, vi que a pessoa que não me suporta ver nem pintada e que iria arrancar cabelos se eu voltasse continua a receber-me com um grande sorriso e um abraço e vi que os seminaristas continuam a ser um desperdício na vida de padre.

Oh well... tudo na mesma, a diferença é que desta vez eu fui e vai demorar até voltar a ir.