Vozes da Revolução
Os homens que aqui se levantam,
as vozes da revolução que dão a cara…
Meu camarada, o meu batalhão, a minha arma, o meu capitão.
Tudo é deles menos a guerra.
A guerra que lhes levou a juventude, a perna, a visão, o amigo…
Essa não lhes pertence, é d’outro.
É dos que os mandavam para lá,
os que os mandavam matar os outros.
As vozes que se levantam hoje não são as dos que morreram,
esses não têm voz, esses deixaram o mundo,
não trouxeram mais que a dor e as lágrimas.
Deram um novo sentido à saudade.
As Vozes da Revolução não são apenas as dos soldados.
E as famílias? Mulheres, mães, filhos…?
Não têm eles uma voz?
Não têm eles uma memória?
São as Vozes da Revolução que são ignoradas.
São as que ficam na memória.
Digam Revolução que as vozes se levantam.
Contam histórias, histórias verdadeiras.
Histórias… vozes… vidas…