Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Folha em Branco

Folha em Branco

Sab | 30.06.12

O jantar está servido

Estava um jovem alto e espadaúdo sentado ao balcão. À sua frente o empregado pousava mais um copo de leite morno. João olha para o relógio de pulso do Topo Gigio e vê que os ponteiros já marcavam as nove da noite. “Está a ficar tarde.” pensou bebendo de uma vez só o conteúdo do copo.
Pegara na carteira quando ouviu a porta do café bater e olhando em frente viu uma figura reflectida no espelho. A forma era esguia e movia-se com uma ligeireza que parecia ensaiada até à exaustão. Pelo canto do olho viu umas pernas longas ao seu lado cobertas de meias de um verde-escuro com um estranho padrão.
- Fuma? – perguntou numa voz suave que o rodeou de fumo
- Lamento, mas não… pode virar o seu para outro lado? – ao virar-se para a encarar ficou surpreendido por ver que o fumo a rodeava apesar de não existir nada a arder em seu redor. Fixou os seus olhos nos dela e ficou sem palavras.
- Apetece-me ir jantar… quer acompanhar-me?
Sem mais um som da sua boca, levantou-se e João seguiu-a como um cordeiro obediente. Quando acordou do transe em que tinha sido colocado estava num beco sem saída e uma chama vinha na sua direcção.

Este conto foi escrito para o João Valentim,
que acha que os dragões são todos iguais.

Sab | 30.06.12

Eu Denuncio a violência doméstica - Loures

A violência doméstica é um problema grave da nossa sociedade, um problema que não deveria existir. Não são só mulheres que o sofrem, mas também homens e por vezes os filhos do casal que não sendo agredidos, crescem com as marcas de uma infância passada numa casa sem amor. Violência física, verbal ou psicológica é algo que ninguém deveria ter de assistir ou suportar.

Tendo conhecimento de casos destes que me são próximos não pensei duas vezes em divulgar este evento que tal como anunciei no passado dia 22, realizou-se ontem no Pavilhão Paz e Amizade em Loures. Este espectáculo teve como objectivo ajudar a Associação de Mulheres contra a violência (AMCV). Foi possível contar com diversos momentos musicais, testemunhos e mesmo uma coreografia contemporânea.

Uma noite maravilhosa em que foram vendidos mais de 1300 bilhetes. Já agora deixo os meus parabéns à Câmara Municipal de Loures por tal iniciativa e agradeço também o convite para assistir.

Podem ver alguns momentos no meu canal do sapo.

Antes de mais peço desculpa pela qualidade da imagem, mas não consegui melhor...

 

 

Sex | 29.06.12

Lisboa Luso-Brasileira

Na balada de Lisboa,
cidade velha que a viu nascer…
Recebe sempre de braços abertos
o cabelo com que o vento brinca
e o sol beija suavemente,
a pele pálida coberta de preto.

Na balada de Lisboa,
Cidade nova que o acolheu,
Recebe de braços abertos
a pele queimada pelo sol
do outro lado do oceano,
que separa o que fora um império.

Na balada de Lisboa,
cidade esquecida,
que junta dois lados do oceano,
num suave toque e olhar
que perde palavras num beijo.

Qua | 27.06.12

Euro 2012: Portugal - Espanha

E hoje é dia de Portugal - Espanha. É dia de parar e torcer para que Portugal dê um bigode à Espanha.

Desta vez, infelizmente, não poderei ir assistir ao jogo no Parque da Cidade mas vou para o café e já estou devidamente equipada para tal.

 

 

E boa sorte Portugal!

Ter | 26.06.12

Private Games

Quando acabo de ler um livro que seja pesado não estou pronta a digerir de imediato outro que seja assim e por isso vingo-me em contos da amazon, e como já sabem, por norma são porno.

Private Games pertence à Ellora's Cave e é composto por três contos: Playing for Keeps, Master May I? e A Game of Risk.
Nos três temos algumas coisas em comum: um jogo de tabuleiro para mulheres, gajas boas e desesperadas (ainda que não o admitam) e tipos bons que com jeitinho passam por armários.

O primeiro é o único que gira mais em torno do tal jogo enquanto que o último é uma espécie de romance estranho onde o jogo faz poof e deixa de ser o tema central.
Como já é hábito desta colecção e desta autora temos muitas cenas de sexo bem descritas, se o resto do texto fosse assim tão bem elaborado...
Esta foi uma leitura grátis da kindle store, mas se estiverem com vontade de gastar dinheiro em papel inútil podem sempre adquirir o paperback.

Goodreads, Kindle, Amazon

Seg | 25.06.12

Aventuras no iscas (XII) - O regresso

Ena pá desde Novembro de 2009 que não fazia um post destes (ver aqui o último)...

 

 

 

 

 

 

Já está, após horas de desespero, estou finalmente matriculada no Mestrado (vamos gritar vivas e celebrar).

Horas de desespero porquê? Passo a contar a minha pequena grande odisseia. Começou tudo muito bem, o Fénix funcionava (milagre), comecei por confirmar os meus dados pessoais e depois passei para a parte académica que já tinha estipulado na candidatura (online, no fénix) mas que agora aparecia em branco novamente. Foi aqui que começou a parte estúpida do formulário que me leva a questionar algumas coisas...

 

 

De acordo com isto penso em duas coisas:

1) ou agora já se entra em mestrado com a antiga 4ª classe (ou menos)

2) a pessoa que fez este menu não sabe que pode eliminar hipóteses em vez de copiar o menu anterior referente à escolaridade dos projenitores do aluno.

 

Depois disto, tudo corria às mil maravilhas até... chegar à parte de escolher as UC's de opção livre (sim porque as outras opcionais são obrigatórias) e não aparecer lista alguma de opções. A minha pessoa liga para a Escola de Sociologia (ou lá como se chama agora aquilo) a perguntar como é que eu iria escolher as cadeiras se não aparecia lá nada ao que a senhora me diz "ahh só você vindo cá à universidade porque nós não sabemos resolver isso sem ver o sistema" (tinhamos mesmo de ficar integrados na  sociologia? really? why senhor reitor. why!?)

Quando, por puro milagre a coisa começou a funcionar assisti a uma coisa bonita:

 

 

Pergunto-me: se eu me tivesse inscrito outra vez àquelas cadeiras (as do tronco comum e as da especialidade de museologia) contava a dobrar?

Bom, peripécias à parte lá terminei a inscrição e já sou oficialmente aluna do ISCTE-IUL. Agora a ver se não me esqueço de pagar a primeira perstação de propinas se não tou tramada.

O que é que vou aprender durante o próximo ano lectivo? No primeiro semestre vou ter: gestão das indústrias criativas (optativa livre); gestão cultural; teorias da cultura; conservação e manutenção e questões da museologia. No segundo vai ser: redes sociais online (no comments nesta optativa livre, ok?); desenho da pesquisa (whatever this is); recepção, fuição e públicos da cultura; estudo de colecções e história da arte.

 

Agora sim posso dizer... cuidado iscas que a Pantapuff está de volta.

Dom | 24.06.12

Vermelho de sangue

A noite caía na rua à medida que caminhava. Passo pelas pessoas mas ninguém parece notar a minha presença.
"Boa tarde" disse eu parando ao lado da minha vizinha mas ela nem reparou em mim, nem me respondeu.
Continuei a caminhar, a noite estava a ficar cada vez mais fria, por isso decidi voltar para casa. Quando lá cheguei não se ouvia nem um som, a casa estava abandonada.
Fui até à sala e vi alguém no sofá. Olhei para o chão e vejo sangue, vinha do sofá, vinha do corpo.Aproximo-me e vejo que é uma mulher com um braço estendido para a poça com uma faca ensaguentada na mão aberta.
Reconheço... a minha imagem sem vida, no sofá vermelho de sangue, o sangue das minhas veias.

 

conto baseado no poema "Vermelho de Sangue" (in "Diário de uma Pagã")

Dom | 24.06.12

O Império do Medo

 

Título: O Império do Medo
Original: Empire of Fear
Autor: Brian Stableford

Goodreads, Wook, Bertrand, Fnac, AmazonBook Depository

Acabei por ter uma relação de amor-ódio com este livro durante as três semanas que demorei a ler as suas páginas. Por um lado a ideia da história é diferente daquilo a que estamos habituados, por outro a escrita do autor é, em muitos pontos, extremamente pesada e aborrecida.

Num mundo governado por vampiros, Edmund Cordery é um homem de ciência decidido a descobrir como se poderia destruir estas criaturas. No entanto as suas pesquisas com o microscópio acabam interrompidas e deixadas nas mãos do seu filho Noell.

Noell é uma pessoa assombrada pelas escolhas que o seu pai tomou e acaba por ver em Quintus a figura paternal que nunca teve.

No meio de vampiros, piratas era a última coisa que eu esperava ver mas esses também aparecem e desempenham um papel importante para o crescimento da nossa personagem principal.

Na sua procura para dar resposta às perguntas de seu pai, Noell e os seus companheiros acabam por viajar até África onde descobrem que o processo de crianção de um destes seres, não é fruto de magia mas sim de uma mistura especial que deve ser feita que pode nem sempre funcionar.

Podemos ver também todo um conjunto de nomes e acontecimentos históricos como pano de fundo para este enredo.

Duvido que alguma vez vá voltar a ler este livro, até porque cada vez que lhe pegava ficava com sono e cheguei mesmo a adormecer. No entanto para quem gosta do género é uma boa leitura, sempre é uma versão diferente daquilo que temos visto nos últimos e anos.

A versão portuguesa é da Saída de Emergência, mas uma vez mais eu li em inglês por isso não posso comentar a tradução.

Sinopse: A história começa na Londres do século XVII. Edmund Cordery, sábio da corte de Ricardo Coração de Leão, acredita que a cerimónia supostamente mágica que transforma um humano num vampiro deve ter uma explicação natural. Mas descortinar o segredo da criação dos imortais também é saber como os destruir, como tal, quando as suas investigações o aproximam da verdade, a elite que governa o mundo decide-se pela sua morte. Mas, antes de morrer, Edmund passa os seus segredos ao filho Noell, transformando este no homem mais procurado de Inglaterra e forçando-o a fugir pela vida. Para continuar as investigações do pai, Noell viaja até ao coração de África, onde acredita que os primeiros vampiros nasceram há milhares de anos.

Pág. 1/4